Grupo 6 Resenha 5

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http://www.nied.unicamp.br/?q=content/jos%C3%A9-armando-valente. Pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Unicamp, e Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP
VALENTE, José Armando. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida. Educar em Revista, [s.l.], n. 4, p.79-97, 2014. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/0104-4060.38645.

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O artigo discorre sobre o uso das novas tecnologias e as variadas modalidades de ensino beneficiado em ambiente digital e presencial, chamado de ensino híbrido. Objetivou discutir as diferentes modalidades do blended learning e da sala de aula invertida, ressaltou como as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) são aplicadas em diferentes modelos. Assim seguindo esta modalidade em estudo, também abordou as experiências com a sala de aula invertida em Instituições de Educação Superior em aulas de disciplina da área de exatas. Implantada, destacou pontos positivos e negativos sobre a mesma partindo da visão de diferentes autores. A fim de entender a discussão proposta, o autor organizou o texto em cinco seções que são nomeadas respectivamente em: O blended learning ou ensino híbrido; Sala de aula invertida (ou flipped classroom); Exemplos de implantações da sala de aula invertida; Como implantar a abordagem da sala de aula invertida; Por que inverter a sala de aula?

Na Introdução, expõem a problemática sobre a aula expositiva em que o professor é quem passa informação/ conhecimento para o aluno. Essa posição há mais de um século atrás na visão de Dewey (1916) antiquada e ineficaz. Seguindo o Pensamento de Dewey é necessário repensar as práticas pedagógicas para privilegiar um aprendizado de forma ativa. Nesse sentido, as teorias de Bransford, Brown e Cocking (2000) corroboram com essa nova visão de ensino, então além do aprendiz ter acesso à informação, necessita ter um papel ativo para significar e compreender as informações, construir novos conhecimentos e aplicá-los em situação concretas. Assim, surge diversas propostas de práticas pedagógicas alternativas, como a aprendizagem ativa, em oposição à aprendizagem passiva (FREIRE, 1987). Segundo Valente (2014) diversas estratégias têm sido utilizadas para promover a aprendizagem ativa, como a aprendizagem baseada em pesquisa, uso de jogos, a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), ou a Aprendizagem Baseada em Problemas e por Projetos (ABPP). Também, ressaltou que as dificuldades encontradas são com o currículo trabalhado e com o nível de conhecimento dos alunos, entretanto tais dificuldades têm sido superadas com a utilização das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). Essas tecnologias permitiu alteração na dinâmica da escola, logo a integração das TDIC nas atividades da sala de aula proporcionou o blended learning ou ensino híbrido e a sala de aula invertida (flipped classroom) que vem sendo implantada tanto no Ensino Básico quanto no Ensino Superior.

O Tema sala de aula invertida ou flipped classroom, ou seja, ensino blended learning/ e-learning, surgiu para dinamizar o ensino e aumentar o envolvimento dos alunos com o aprendizado, e diminuir a evasão das salas de aula de Educação Superior, que cada vez estão vazias, em virtude do desinteresse dos alunos em aprender no modelo tradicional. A sala de aula invertida vem sendo adotada em diferentes partes do ensino superior, vale salientar que não é uma prática nova. O uso da modalidade Blended learning tem sido a tendência em muitos cursos de Educação a distância (EaD). Segundo Moran (2014) esta modalidade, no Brasil, pode introduzir mudanças no ensino presencial e nas disciplinas ou cursos realizados a distância. Ainda ressalta que "As instituições utilizarão o blended como modelo predominante de educação, que unirá o presencial e o EaD, assim, os cursos presenciais se tornarão semipresenciais, principalmente na fase adulta da formação. É importante ressaltar que a sala de aula invertida é uma modalidade de e-learning visto que o conteúdo e as instruções são estudados on-line, permitindo que o aluno tenha interação com o conteúdo antes de ter estudado em sala de aula, e a aula se torna o lugar de aprendizagem ativa, onde há perguntas, discussões e atividades práticas. Ainda para inverter a sala de aula, segundo o relatório Flipped Classroom Fied Guide (2014) há regras básicas como: 1) As atividades em sala de aula envolvem uma quantidade significativa de questionamento, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem ativa, obriga o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material aprendido on-line; 2) Os alunos recebem feedback imediato após a realização das atividades presenciais; 3) Os alunos são incentivados a participar das atividades on-line e das presenciais, valendo notas; 4) o material utilizado on-line e em sala de aula deve ser altamente estruturados e bem planejados.O artigo abordou o uso da modalidade sala de aula invertida usada pela primeira vez em uma disciplina de Microeconomia, em 1996, na Miami Universety (Ohio, EUA). Essa experiência foi comparada com outra disciplina, sobre o mesmo conteúdo, mas sendo ministrada segundo abordagem tradicional.Quanto ao uso da aula invertida, os alunos e o instrutor reportaram a modalidade de forma positiva, observou que os estudantes se apresentaram mais motivados do que na disciplina ministrada de forma tradicional. Para Valente (2014) a abordagem da sala de aula invertida não é novidade para professores de algumas disciplinas no âmbito das ciências humanas, mas o uso desta modalidade encontra-se dificuldade nas disciplinas das ciências exatas.O autor também ressaltou que a modalidade sala de aula invertida foi utilizada na universidades Havard University e no MIT, em algumas disciplinas, e verificou que os estudantes apresentaram ganhos significativos na compreensão conceitual, obtendo habilidades para resolver problemas comparáveis aos adquiridos nas aulas tradicionais (CROUCH; MAZUR, 2001). Em relação a implantação desta abordagem na sala de aula, nos reportamos a Bergmann e Sams (2012) quando mencionam que os professores podem iniciar com o básico sobre a inversão da sala de aula, assim sendo fundamental a produção de material para o aluno trabalhar on-line e o planejamento das atividades a serem realizadas na sala de aula presencial.Valente (2014) ainda indaga por que inverter a sala de aula?, e quais são as razões propostas. Tais razões são classificadas em dois conjuntos como: base em argumentos teóricos e resultados de estudos que indicam o sucesso educacional propiciado pela abordagem em estudo.Vale ressaltar que esta modalidade tem recebido várias críticas negativas, observadas em Hennick (2014), quando professores argumentam por exemplo, se o aluno tem dificuldade em aprender por meio de exposições e apresentações no sistema tradicional, salientam que será mais difícil aprender via atividades on-line. Tem críticos que defende que o modelo é muito dependente da tecnologia, criando um ambiente desigual, apresentando vantagem para quem tem acesso a informação de sua casa, isto é, acesso a tecnologia em relação aos estudantes que não têm recursos tecnológicos disponíveis. Outro ponto problemático citado é o fato dos alunos não se prepararem antes da aula, assim não terão condições de acompanhar a sala de aula presencial.A fim de sanar algumas dificuldades, Bergmann e Sams (2012) gravam DVDs para os alunos que não dispõem de internet em casa e para os alunos que não se preparam antes das aulas é proposto realização de tarefas ou autoavaliações. Outra abordagem crítica é realizada por Ian Bogost (2013) que entende que os vídeos preparados pelos professores pode trazer conteúdos condensados, menos detalhado do que seria encontrado em leituras de livros didáticos. Também, ressalta o barateamento do processo educacional, há interesses para que mais alunos sejam atendidos com menos custo, pois a sala de aula pode contar com professores menos qualificados, somente avaliando a aprendizagem do aluno. Mediante o exposto, entendemos que a proposta da sala de aula invertida proporciona um novo modelo de ensino e aprendizagem, pois o professor e visto como mediador e o aluno passa ser ativo na construção do conhecimento. Então, este novo modelo em experimento implantado em algumas escolas pode ser viável a atender a educação vigente visto que o ensino tradicional já não é atrativo para o aluno.

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