Maria Cristina

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iAMOR EM TEMPOS DE INTERNET
(A propósito do “Dia dos Namorados”)

Maria Conceição Alves de Lima

Antigamente os amantes diziam: “Vamos para a [[cama.gif ]]…”. Hoje eles convidam: “Vamos para a webcam-diferente.jpg (webcam)…”. É que, neste terceiro milênio digital e globalizado, o amor está literalmente “no ar”, ou seja, nas redes virtuais de relacionamento amoroso. E como o(a) “predileto(a)” poderá estar em qualquer lugar do americas.gif- menos, é claro, ao lado do(a) amado(a) - o jeito é trocar a cama pela cam. Pelo visto, sem muitos (ou até nenhum problema)…

Os menos plugados perguntam embasbacados: “Como? Que negócio é esse de fazer amor (sexo) pela Internet? É brincadeira!”. E os cibernautas do amor também estranham: “Você nunca experimentou?”. E não é que tem muita gente tentando mesmo?! Em apenas um dos sites, no horário de pico (por volta das 22 ou 23 horas), a média de acessos chega perto de dez mil pessoas por dia (isto é, por noite).

Novos tempos, novas tecnologias, hábito de não se desgrudar do marca-de-computador.gif, comodismo, medo de se expor “ao vivo”… quem pode saber ao certo o que leva tantas pessoas a trocar (ou seria “reduzir”) a cama pela cam? Essa nova euforia amorosa via Internet merece um estudo sério (uma tese?) dos analistas do comportamento humano…

Pessoalmente, vejo vantagens e desvantagens. A principal desvantagem é que a cam não permite abraços apertados abraco_apertado-8451.gif, beijos de língua, um caliente “sessenta e nove”… Aliás, nem mesmo uma mera e prosaica penetração sexual. Mas tem vantagens… Duvidam? Aí vão algumas: dispensa a horrorosa camisinha, a “mina” não engravida. Não se pegam DST (doenças sexualmente transmissíveis), resolve-se até o problema da AIDS.

E será que agrada mesmo, que satisfaz? Os aficcionados não têm reclamado, gente de dezoito a oitenta anos que frequenta os tais sites. Muitos, aliás, acham “ótimo” poder transar, literalmente, com o “mundo inteiro”. E sem despesas com motel e 892.gif… Aliás, sem esses rituais constrangedores de ser apresentado(a) à sogra, de aguentar o papo chato do sogrão ou a pentelhação do(a) irmãozinho/irmãzinha chantagista etc. etc. etc., esses “laços” de famíliafamilia.gif que a era digital vem subvertendo sem a menor cerimônia.

Percebo também que na cam não tem prole (vantagem pra uns, desvantagens pra muitos). Mas tem parceiro real ciumento, como sempre. Já vi até divórcio acontecer por causa dessa transa virtual, a que “foi sem nunca ter sido”. Mas também já tenho sabido de casamentos reais (com direito a véu e grinalda, buffet e presentes).

Diante de tanta pós-modernidade, uma pessoa como eu (“coroa” tecnologizada) não consigo ter uma opinião concreta, seja ela um conceito ou um preconceito. Acabo ficando “em cima GAT-MUR4.jpg”, na base do “sim… mas” com qualquer tipo de posição que me é colocada, a favor ou contra. Também, por vias das dúvidas, possuo uma cama e uma cam. Sabe-se lá!…

Junho de 2010.

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